SESSÃO DE 16/03/2010

17/03/2010

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O SR. DONATO (PT) – (Sem revisão do orador) –
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, jovens presentes na galeria e telespectadores da TV Câmara, pelo segundo dia consecutivo, houve protestos na região da M’Boi Mirim, em função do caos absoluto do transporte público. É o segundo dia em que a população, espontaneamente, explode de insatisfação, diante do descaso da Administração do Sr. Prefeito Gilberto Kassab, pois perde horas, literalmente, no trânsito, nas regiões de M’Boi Mirim e Guarapiranga, por absoluta incapacidade gerencial de atendimento de transporte àquela população.

Há dois anos, no início de 2008, a M’Boi Mirim também foi palco de grandes protestos por aquela população, que fecharam o trânsito. Houve, inclusive, embate com a Polícia Militar, que tentava, de maneira truculenta, impedir a manifestação. Naquele momento, em ano eleitoral, o Sr. Secretário Municipal de Transportes foi lá e colocou mais marronzinhos. A CET começou a operar um pouco melhor o corredor. Cuidaram um pouco mais do terminal do Jardim Ângela, e a situação acalmou-se em 2008. O quadro não foi o ideal, pois lá são necessários ainda muitos investimentos no transporte público. Para a região, há a proposta e o projeto de extensão da linha do metrô do Capão Redondo até o terminal do Jardim Ângela. Essa seria uma solução de transporte de massa absolutamente compatível, para atender ao grande crescimento populacional que a região presenciou. O ano de 2008 passou; a situação de 2009 piorou; e agora, em 2010, a situação é caótica novamente.

Para quem conhece a M’Boi Mirim, ela vem da divisa com o Embu Guaçu e vai margeando Itapecerica da Serra. Desde lá, do horizonte azul do Jardim Capela do Socorro e de toda aquela região, pessoas ficam paradas, por horas, durante a madrugada.

Pessoas que saiam às 5h30min de casa têm de sair às 4h30min hoje, um massacre à população trabalhadora daquela região, e não há nenhuma resposta do Poder Público, nenhuma resposta da Secretaria de Transportes, nenhuma ação emergencial da CET.

A CET é incapaz de cuidar do trânsito no Centro expandido, mesmo tendo cada vez mais recursos – porque esta Casa aprovou o Fundo de Transportes e hoje a CET hoje tem um orçamento, se não me falha a memória, por volta de 600 milhões de reais. Trata-se de um orçamento que permite uma operação melhor da CET, mas, se ela não opera bem no Centro expandido – onde existe uma pressão social maior, onde as pessoas que circulam de carro têm mais acesso à mídia, a uma pressão própria ao Poder Público -, imaginem lá no M’Boi Mirim, a mais de 30km do Centro da Cidade.

Lá não se vê um marronzinho, não se vê uma operação especial de corredor de ônibus, lá não se vê uma pequena obra para melhorar aquela região. Aliás, a única pequena obra que existe lá está parada. É inexplicável. Em frente ao Hospital de M’Boi Mirim, está parada a obra daquele pequeno alargamento que deve dar 500m até a Padaria Menininho – o Vereador Natalini conhece bem lá. Está paralisada há mais de um ano e ela poderia desafogar, pelo menos, aquele trecho de gargalo antes do Terminal do Jardim Ângela.

Ocorre que a Administração está inerte, paralisada, incapaz de se sensibilizar com o drama de milhares de paulistanos que passam a maior parte de sua vida hoje dentro de um transporte público de péssima qualidade, que não tem velocidade, que não tem conforto, que não tem pontualidade.

É uma situação inaceitável para a cidade de São Paulo. Não é à toa que ocorrem esses protestos. Eles não são organizados por ninguém. Basta acompanhar as reportagens da CBN ou da TV Globo hoje, desde as 6h da manhã, naquela região, mostrando a explosão de insatisfação e o grito de “não aguento mais” expresso por aquela população.

A Administração, por meio do Subprefeito e de um representante da SPTrans, recebeu uma comissão de cinco manifestantes. O Governo pediu um prazo de dez dias. Trata-se de um prazo grande, mas esperamos que, ao fim dele, haja uma solução que mereça esse nome para aquela população que sofre para poder ir trabalhar e estudar, saindo do extremo Sul de nossa cidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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