Dia da Luta Operária reafirma a unidade dos trabalhadores
Em sua nona edição, o Dia da Luta Operária (9 de julho) de 2025 celebrou de forma comovente a história do movimento sindical brasileiro e reafirmou o papel da classe trabalhadora na transformação social do Brasil.
Os 40 anos da greve da campanha salarial unificada de São Paulo em 1985 (que teve como mote a redução da jornada de trabalho) e os 70 anos de criação do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos).
O Dia da Luta Operária foi instituída na cidade de São Paulo através da lei nº 16.634/17 de autoria do então então vereador (hoje deputado estadual) Donato, em memória da greve geral de 1917.

Em 1917 os trabalhadores de São Paulo fizeram uma greve histórica, que depois se espalhou pelo país, reivindicando reajuste nos salários e redução da jornada de trabalho, que naquela época chegava a 14 horas diárias. Em 1985 houve uma greve que pedia redução da jornada de trabalho de 48 para 40 horas semanais e hoje o Brasil discute o fim da jornada de trabalho 6×1. A luta da classe trabalhadora por mais salários e melhores condições de trabalho é mais atual do que nunca”, afirmou Donato.
O ato político aconteceu na sede da CTB (Central das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Brasil). O evento é uma iniciativa conjunta do mandato do deputado Donato com as 10 centrais sindicais brasileiras (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CSP-Conlutas, Pública Central do Servidor, Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora).

O ex-ministro do Trabalho, Almino Afonso, foi homenageado com a entrega do troféu José Martinez, criado pelo artista plástico Enio Squeff. A escultura replica o busto do sapateiro José Martinez, assassinado pela polícia na greve de 1917. Aos 96 anos, Almino fez questão de comparecer ao ato e fez um discurso em defesa da unidade dos trabalhadores.

Outra homenageada com o troféu foi Heloisa de Souza Martins, ex-diretora-técnica do Diesse. Socióloga, ela deu grande contribuição ao movimento sindical ao ajudar a calcular o índice de custo de vida, essencial para compreender as necessidades dos trabalhadores nas contas públicas. Por motivo de saúde ela não compareceu ao evento.
Também foram feitas outras homenagens no evento. Confira os recebedores:
Homenagens in memoriam
- Newton Cândido – Militante, dirigente sindical e ex-assessor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
- Arcênio Rodrigues da Silva – Ex-preso político e militante operário; ajudou a construir as Oposições Sindicais Metalúrgicas de Osasco e de São Paulo.
- Luiz Tenório de Lima, o Tenorinho – Fundador do Dieese; teve forte atuação como líder sindical nas décadas de 1960 e 1970. Ex-dirigente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). Em 1984, foi eleito vereador na capital paulista.
- João Batista Gomes, o Joãozinho – Ex-dirigente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo; participou também das direções estadual e nacional da CUT.
- Eduardo Pavão – Jornalista; ex-assessor da UGT e dos Sindicatos dos Metalúrgicos de Curitiba e de Osasco.
- Ronaldo Ferreira Martins – Ex-presidente do Sindicato dos Correios do Rio de Janeiro e secretário-geral da FINDECT (Federação Interestadual dos Correios).
- Guarino Fernandes – Ex-presidente da União dos Ferroviários da Estrada de Ferro Sorocabana; foi vereador em Sorocaba (1959–1963) e deputado estadual eleito por São Paulo, mas cassado antes da posse.
Homenagens Especiais
- Ana Martins – Ex-vereadora e ex-deputada estadual; foi uma líder comunitária que participou ativamente de organizações como o Clube de Mães e o Movimento Contra a Carestia, na Zona Sul de São Paulo.
- Dulce Muniz – Atriz; criadora do Teatro Heleny Guariba.
- Paulo Cseh – Ex-preso político; foi diretor do Sindicato dos Têxteis de São Paulo.