SESSÃO DE 25/08/2010

25/08/2010

O SR. DONATO (PT) – (Sem revisão do orador) –
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público na galeria, que luta pelo seu direito ao trabalho e para continuar combatendo a dengue em São Paulo, o nosso respeito e a expectativa de obtermos número de votos suficiente para aprovar essa matéria.

O nobre Vereador Floriano fez um longo pronunciamento ontem a respeito da situação política nacional, avaliação particular do governo Lula, e optei por não pedir aparte, até porque se tratava de tema muito relevante e não seriam suficientes apenas dois minutos para me pronunciar, então vou recolocar algumas questões até em respeito ao nobre Vereador, porque a fala dele revela a profunda crise de identidade do PSDB.

Nesta tribuna, ele falou que o Presidente Fernando Henrique foi um grande estadista e o Presidente Lula um populista. Várias vezes S.Exa. fez essa afirmação.

Então, fomos assistir ao horário eleitoral à noite, e no espaço do PSDB esperávamos que aparecesse o Presidente Fernando Henrique. Mas quem encontramos no horário eleitoral do PSDB? O Presidente Lula! Ficamos um pouco confusos, no horário do PSDB, no horário do Zé, parece, que tem ao fundo uma favela de brinquedo, uma favela que não existe, uma favela cenográfica, aparece a expressão mais acabada da crise de identidade do PSDB.
Cito também que aqui se condena, como também no Congresso Nacional e pelas ruas, mas a dona Mônica Serra, esta semana, afirmou que o programa Bolsa Família acostuma mal as famílias pobres que não mais procuram emprego. Pergunto: o que propõe o candidato Serra em sua campanha? Dobrar o valor do Bolsa Família. É uma esquizofrenia! E na cidade de São Paulo sabemos que deixaram de cadastrar no Bolsa Família mais de cem mil famílias, durante o Governo Serra-Kassab. Não paro de repetir essa informação até me provarem o contrário: mais de cem mil famílias pobres que têm direito ao Bolsa Família não foram cadastradas. Porém, agora se promete dobrar o Bolsa Família.

O nobre Vereador trouxe as informações a partir da ONG Contas Abertas, que parece ser neutra, mas quando verificamos, essa organização foi fundada por um ex-deputado do PPS, de Oposição ao Presidente Lula, e manipula dados para dizer que apenas 12% das obras relativas ao PAC foram concluídas no Estado de São Paulo.
Essa é uma outra esquizofrenia porque no relatório em que se basearam, o Rodoanel, obra em que há dinheiro do PAC – o governo Federal participa com 1,2 bilhão de reais -, e consta como não concluída! Quem passa por lá sabe que foi entregue, mas não concluída. Basta passar por lá para verificar que há ainda vários retornos em obras. Não está mesmo concluída.

Vamos agora observar às favelas Paraisópolis e Heliópolis. No debate da UOL, realizado no Tuca – e o nobre Vereador estava lá – o candidato José Serra citou como exemplo de urbanização de favelas do seu Governo. É verdade, teve a participação do Governo do Estado; é verdade que também tem participação da Prefeitura, mas também é verdade que a maior parte dos recursos é do PAC. Na Favela Paraisópolis a obra custa 240 milhões de reais, dos quais 100 milhões são do Governo Federal; 80 milhões são da Prefeitura e 60 milhões são do Governo do Estado. Então, quando é para falar sobre favelas, o PAC existe; quando é para falar do governo Lula, o PAC não existe. O PAC é um programa que articula várias fontes de investimentos, a saber: Governo Federal, governos estaduais, prefeituras. Ou seja, quando é para falar do PAC na propaganda eleitoral, uma hora não existe. Mas quando é para falar sobre o Rodoanel e sobre a Favela Heliópolis, o PAC existe. Então há uma profunda crise de identidade.

Evidente que as eleições só iniciam, não está resolvida em nenhuma esfera. Mas temos de fazer um debate um pouco mais qualificado para que possamos, de verdade, discutir todas as questões do País. Estamos abertos a discutir cada ponto que o nobre Vereador citou, mas em cinco minutos não foi possível. Voltarei em outra oportunidade para continuarmos a discutir com o Vereador diante da sua crise de identidade e também a do seu partido.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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