Mobilização derrota reforma da previdência de Doria

Os servidores municipais de São Paulo e a Câmara Municipal impuseram uma derrota acachapante ao prefeito tucano João Doria. Diante da pressão exercida pela greve geral do funcionalismo (especialmente da rede de ensino), o governo cedeu e concordou em tirar da pauta do Legislativo o projeto (PL 621/16) de Doria que reforma o sistema de previdência dos servidores.

Oficialmente, o projeto ficará 120 dias fora da pauta da Câmara para que seja analisado por uma comissão de estudos. Mas dificilmente a matéria voltará a debate antes da eleição de outubro.

A retirada da pauta representou uma enorme derrota para Doria, que vai abandonar a prefeitura no início de abril (para concorrer ao governo do Estado) sem conseguir aprovar a reforma da previdência, que pretendia tratar como bandeira eleitoral. Além da obstrução feita pelo PT, o recuo se deveu também ao fato de que vereadores governistas não queriam votar a matéria.

Pela proposta a alíquota de contribuição da previdência de todo o funcionalismo subiria de 11% para 14%, sendo que aqueles que ganham acima de R$ 5,6 mil ainda teriam uma alíquota suplementar de 5%. Isso representa R$ 705 milhões que seriam tirados por ano do bolso dos servidores.

Para confundir o funcionalismo, Doria divulgava que o projeto de reforma era do ex-prefeito Fernando Haddad. Na verdade, na saída da prefeitura Haddad enviou o projeto criando o fundo de previdência complementar (o Sampaprev), que valerá para os servidores contratados após sua aprovação. Doria pegou carona no projeto para mudar as alíquotas de contribuição, querendo impor um grande confisco ao funcionalismo.

O vereador Antonio Donato Madormo, líder da Bancada de Vereadores do PT, cumprimentou os servidores pela vitória espetacular contra a Reforma da Previdência de Doria.

“Poucas vezes se viu na cidade de São Paulo um prefeito ser derrotado dessa forma.  Colocou o projeto como prioritário e não conseguiu aprová-lo mesmo tendo uma base aliada de 44 vereadores. Ele foi na TV e disse que tinha 28 votos. Ou ele não sabe fazer conta ou mentiu”, disse Donato.

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