Donato e CUT-SP celebram Dia da Luta Operária, no Brás

Dezenas de pessoas participaram domingo (9) do ato em comemoração do Dia da Luta Operária, data instituída através de lei (16.634/2017) de autoria do vereador Donato. A atividade homenageou também os 100 anos da primeira greve geral do Brasil e a memória do sapateiro José Martinez, morto durante a paralisação.

Martinez era um sapateiro anarquista e sindicalista. Ele foi baleado pela Força Pública (a polícia da época) aos 21 anos, na porta de uma fábrica no Brás, durante a repressão a um protesto dos grevistas. Sua morte, no dia seguinte, causou enorme comoção na cidade de São Paulo e ajudou a espalhar a greve.

A greve de 1917 eclodiu diante da insatisfação dos trabalhadores da época com os baixos salários e a reivindicação por melhores condições de trabalho. Era o começo da industrialização do Brasil e a legislação trabalhista não existia.

“Além dos baixos salários não havia limite de jornada de trabalho. As mulheres levavam os filhos para as fábricas e muitas crianças também trabalhavam. Foi esse movimento que deu os primeiros passos para a construção de um regramento sobre as relações de trabalho”, explicou Donato.

A morte de Martinez repercutiu enormemente e após seu enterro a cidade parou literalmente.

“O comitê de greve ocupou todos os bairros e passou a controlar tudo. O serviço de transporte da época, por exemplo, ficou sob o controle dos grevistas”, disse o escritor José Luiz Del Roio, autor do livro “A Greve de 197 – os trabalhadores entram em cena”. “De São Paulo a greve se espalhou, paralisando Curitiba, cidades do interior paulista e do Rio de Janeiro, por exemplo”, completou Del Roio.

O ato comemorativo foi organizado pelo mandato do vereador Donato e pela CUT de São Paulo (representada na atividade pelo dirigente João Batista Gomes), e aconteceu no antigo Moinho Matarazzo, no Brás, ao lado do local no qual Martinez foi baleado.

“Lutar hoje contra as reformas trabalhista e da Previdência é continuar a luta de 1917. É por isso que conhecer a nossa história é fundamental para mudarmos futuro”, observou o professor Gilberto Maringoni, da Universidade Federal do ABC, que participou do evento. Sindicalistas de várias entidades também estiveram presentes.

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